A Geira no Outono
A Geira Romana, essa mítica rota. Tanta história num trilho que não tem comparação. Tão falada e apetecível, nada melhor que verificar in loco tudo aquilo que se diz. Nestas coisas dos percursos já muito "batidos", temos sempre que acrescentar um cunho pessoal, de forma a tornar a experiência mais rica. E não fomos apenas nós com ideias...
As horas madrugadoras que o despertador marcava eram, juntamente com o barulho da chuva no exterior, razão mais que suficiente para ficar na "caminha" mas a Geira chama. Não somos impermeáveis, mas temos sangue quente e decidimos partir em direcção a Amares. Em Amares, cujo slogan é "Se Amares Amares, Amares Será Verde", montamos base junto da igreja e preparamos tudo. Ligados os Gps's e em conversa amena, sabíamos que teríamos 60km pela frente, sendo que desconfiados pela baixa kilometragem fomos subindo os primeiros metros a medo. Eis que mais uma vez a velha máxima de subir para descer se aplicava. A subida deixava de ser alcatroada para ser técnica, bem ao gosto destes malucos que se levantam da cama para ir pedalar à chuva. As zonas rochosas da Geira são bem técnicas, ainda mais quando chove e deixa o piso impraticável. Nada que nos deitasse abaixe, literalmente, até porque em subida é complicado. Mas se adoramos a primeira subida, que dizer da primeira "amostra" de descida! Por esta altura, os pés molhados pelas poças do trilho eram a menor das preocupações porque o espírito não constipa. Reforçados pelas primeiras gramas de açúcar, fomos descobrir um belo singletrack à beira monte plantado, tanto que nem o Gps sabia a nossa localização. Resolvida a questão de navegação, chegamos ao local onde outrora estivemos com as mesmas condições climatéricas. Isto porque rapidamente se formou uma névoa densa e fria, com chuva à mistura. A ascensão a Santa Isabel tornou-se então uma penitência, tal eram as más condições, uma tempestade repentina diziam alguns. O frio, a chuva, o vento e o granizo tornaram esta conquista geodésica das mais difíceis até hoje.
O ânimo a partir daqui não era o mesmo. O frio sentido por todo o corpo deturpava qualquer pensamento e enregelava as ideias. Havia a possibilidade de seguir o percurso e havia uma outra, cortar em direcção a Covide. Seguimos esta! Não sabemos muito bem se foi a melhor ou pior escolha, mas o que é certo é que a descida em alcatrão naquela inclinação anestesiou muitos dos membros e faces. Resguardados do vento e da chuva, havia ainda que seguir até à terra prometida, Covide. Ali encontrámos, qual oásis, um café, um local para comer alguma coisa e secar, mais que a roupa, o âmino. "Agora é sempre a descer pela Geira" diziam os conhecedores do local. Entre uma trinca no panado e um gole da energética Coca-Cola, desenhavam-se planos de retirada. Nada melhor que aquecer o corpo com um "abatanado" (?) e em seguida dar ao pedal.
Como que por milagre, a chuva parou e tal como se costuma dizer, "depois da tempestade vem a bonança". A Geira mostrava mais uma vez todo o seu esplendor, mas isto não é escrito aqui por acaso. O outono é como todos sabem, a estação do ano mais fotogénica e neste trilho isso poderia ser facilmente comprovado. Ainda que tivéssemos de montar um andaime humano para escalar uma parede, tudo o resto foi divinal, brutal, fantástico, espectacular, todos aqueles adjectivos que vos parecerem melhores. Isto dito assim, não faz sequer justiça às fotos. Em jeito de folheto de propaganda, dizer que é "um singletrack técnico interminável e sem inclinação" pode ser algo diminutivo. Quem por lá passa, não passa sem lá voltar, ainda que não sendo Alcobaça tem aquilo que todos nós gostamos no btt. Tudo aquilo que seria possível de descrever, as paisagens, os trilhos, a beleza, eatá tudo bem melhor retratado nas fotos.
Ultrapassada que estava a que nos deixou abazurdidos, voltamos a encontrar o percurso inicial, mas desta vez havia que subir em direcção a mais uma conquista geodésica, a última já que por muito que se queira pedalar, o tempo não para e já se preparava para anoitecer.
No meio de todo este turbilhão de emoções, ainda a registar os dois malucos insanos que fizeram o percurso de SS, os que tinham bikes tunadas com rodas gigantes e os 3 convidados que cometeram a loucura de partilhar uma manhã de trilhos connosco.
Tudo perfeito, havemos de lá voltar!!!
As horas madrugadoras que o despertador marcava eram, juntamente com o barulho da chuva no exterior, razão mais que suficiente para ficar na "caminha" mas a Geira chama. Não somos impermeáveis, mas temos sangue quente e decidimos partir em direcção a Amares. Em Amares, cujo slogan é "Se Amares Amares, Amares Será Verde", montamos base junto da igreja e preparamos tudo. Ligados os Gps's e em conversa amena, sabíamos que teríamos 60km pela frente, sendo que desconfiados pela baixa kilometragem fomos subindo os primeiros metros a medo. Eis que mais uma vez a velha máxima de subir para descer se aplicava. A subida deixava de ser alcatroada para ser técnica, bem ao gosto destes malucos que se levantam da cama para ir pedalar à chuva. As zonas rochosas da Geira são bem técnicas, ainda mais quando chove e deixa o piso impraticável. Nada que nos deitasse abaixe, literalmente, até porque em subida é complicado. Mas se adoramos a primeira subida, que dizer da primeira "amostra" de descida! Por esta altura, os pés molhados pelas poças do trilho eram a menor das preocupações porque o espírito não constipa. Reforçados pelas primeiras gramas de açúcar, fomos descobrir um belo singletrack à beira monte plantado, tanto que nem o Gps sabia a nossa localização. Resolvida a questão de navegação, chegamos ao local onde outrora estivemos com as mesmas condições climatéricas. Isto porque rapidamente se formou uma névoa densa e fria, com chuva à mistura. A ascensão a Santa Isabel tornou-se então uma penitência, tal eram as más condições, uma tempestade repentina diziam alguns. O frio, a chuva, o vento e o granizo tornaram esta conquista geodésica das mais difíceis até hoje.
O ânimo a partir daqui não era o mesmo. O frio sentido por todo o corpo deturpava qualquer pensamento e enregelava as ideias. Havia a possibilidade de seguir o percurso e havia uma outra, cortar em direcção a Covide. Seguimos esta! Não sabemos muito bem se foi a melhor ou pior escolha, mas o que é certo é que a descida em alcatrão naquela inclinação anestesiou muitos dos membros e faces. Resguardados do vento e da chuva, havia ainda que seguir até à terra prometida, Covide. Ali encontrámos, qual oásis, um café, um local para comer alguma coisa e secar, mais que a roupa, o âmino. "Agora é sempre a descer pela Geira" diziam os conhecedores do local. Entre uma trinca no panado e um gole da energética Coca-Cola, desenhavam-se planos de retirada. Nada melhor que aquecer o corpo com um "abatanado" (?) e em seguida dar ao pedal.
Como que por milagre, a chuva parou e tal como se costuma dizer, "depois da tempestade vem a bonança". A Geira mostrava mais uma vez todo o seu esplendor, mas isto não é escrito aqui por acaso. O outono é como todos sabem, a estação do ano mais fotogénica e neste trilho isso poderia ser facilmente comprovado. Ainda que tivéssemos de montar um andaime humano para escalar uma parede, tudo o resto foi divinal, brutal, fantástico, espectacular, todos aqueles adjectivos que vos parecerem melhores. Isto dito assim, não faz sequer justiça às fotos. Em jeito de folheto de propaganda, dizer que é "um singletrack técnico interminável e sem inclinação" pode ser algo diminutivo. Quem por lá passa, não passa sem lá voltar, ainda que não sendo Alcobaça tem aquilo que todos nós gostamos no btt. Tudo aquilo que seria possível de descrever, as paisagens, os trilhos, a beleza, eatá tudo bem melhor retratado nas fotos.
Ultrapassada que estava a que nos deixou abazurdidos, voltamos a encontrar o percurso inicial, mas desta vez havia que subir em direcção a mais uma conquista geodésica, a última já que por muito que se queira pedalar, o tempo não para e já se preparava para anoitecer.
No meio de todo este turbilhão de emoções, ainda a registar os dois malucos insanos que fizeram o percurso de SS, os que tinham bikes tunadas com rodas gigantes e os 3 convidados que cometeram a loucura de partilhar uma manhã de trilhos connosco.
Tudo perfeito, havemos de lá voltar!!!
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Abraço